terça-feira, 23 de setembro de 2008

leninha

caca


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Um comentário:

caetano trindade disse...

Loucos campos de batalha

Que sensata loucura nos faz posicionar em trincheiras travando guerra acirrada contra um inimigo visivelmente invisível que se tem certeza que existe, mas não se pode provar esta consciência para milhões de soldados comuns, porque todos eles estão vedados e imunes por ampolas de composto químico ideológico.
Realidade abstrata, inimigo concreto. Luta desigual em arena axiológica. À parte da frente do palco sob as luzes de ribalta è espetáculo de batalha em ogiva dissimulada que nunca è vista e nem compreendida pelas fileiras: massa de espectadores e portadores de um câncer social aparentemente incurável – moléstia detectada como “pensamento de rebanho”.
Estou louco ou sou louco? A questão não é mais ser ou não ser, haja vista que ambos são. Ser ou estar eis a antiga questão sob novo paradigma como diria Wagner o açougueiro: « … as vezes sendo igual e pensando diferente… » è uma louca guerra de essência marginal. Angustia necessária que reage em forca motriz alimentando geradores de potencial subversivo capaz de dotar de energia o tanque bélico munido de projeteis “neuroniatonizados”, reação em cadeia de pensamento anti-ideologia dominante.
Nietzsche não se diz homem, mas uma bomba e subo os degraus germânicos utilizando sapatos marginais. “sou homem, mas estou uma bomba-relógio programada para não ser programada. Há de se tomar toda precaução, porque todo cuidado ainda è pouco. A angustia de ocupar da impossibilidade traz a tona o soldado que para tal batalha há de uniformizar-se como louco tendo a certeza que se tecido de guerra è também tecido epitelial. Situação marginal è ação de localização – ocupação de território. Uma farsa verdadeira e não verdadeira farsa”.
O inimigo ultrapassa qualquer direção com sirene alerta acionada dissimulando o grau de chavão ideológico: “pare para pensar”. Defendendo-se teses de moral reflexiva facilmente ruminada pelo gado que em charco sustentam os currais sociais á espera mentecapta dos víveres já envenenados pela engendrosa máquina administrativa do Estado que a todo instante não para para pensar. Já não basta arrancar da boca da criança o pirulito, mas arrancar do pai a marmita.
Lucidez embriagada; soldados desabados em batalhas desarmados contra maquinas desalmadas. Desarma-se o oponente e desafia o para a luta. Qual sensatez se não a própria ocupação com a loucura para fazer mergulhar sem prantos em pântanos de luta desigual. Somente homens mentecaptos e aptos aos olhos como Erasmo de Roterda que mais nada fez do que elogiar a loucura. Há outra razão para elogiar se não aquela que è a mais infame. A “necessidade” sob aparência desta ladeira. O mundo è dos loucos, mas está em domínios errados sob mãos estrangeiras. Carece de travar guerra em campos infinitos de batalha vistos sob binóculos utópicos sob os olhares marginais de um angustiado e enfurecido soldado louco em busca do elo perdido. E se porventura essa sanguinária guerra de idéias permitir a metralhadora da poesia disparar seus cartuchos; è a bandeira erguida em campo de batalha do inimigo. È o anuncio que a vanguarda da revolução traz soldados que trocaram pólvora pelo pensamento, que o fuzil que manejamos è muito mais que um encaixe de fuselagem. Somos loucos engenheiros de guerra marginais dotados de compreensão milimétrica da razão com a clareza e que o limite da razão faz fronteiro com a loucura.

Escritos enviados por correio nos dias 9 de dezembro de 2003, 05de abril de 2004, 23 abril de 2004.

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